segunda-feira, 28 de abril de 2014

De coração vazio e alma cheia

Deixar um livro inacabado era para mim, há uns anos atrás, um grande tormento.

Mesmo que não gostasse do que estava a ler, da forma como estava escrito ou das ideias que defendia, obrigava-me a ler cada livro até ao fim, o que muitas vezes prolongava a leitura por semanas infindáveis e me impedia de passar ao livro seguinte.

Hoje em dia recuso-me a fazer isso. Não gosto, não leio. Se um livro não me prende por uma ou outra razão, fecho-o imediatamente e volta para a estante sem qualquer peso na consciência.

Já me aconteceu algumas vezes deixar um livro de lado e, passados alguns meses, voltar a pegar nele e descobrir o seu verdadeiro encanto. Também me acontece demorar muito tempo a ler um livro por duas outras razões: ou porque o assunto é complicado ou difícil para determinado momento da vida, ou porque gosto tanto do que estou a ler, que não quero mesmo terminá-lo.

“O filho de mil homens” do Valter Hugo Mãe, foi daqueles livros que não me apetecia chegar ao fim. Está escrito de uma forma tão simples e maravilhosa, que apetece saborear cada palavra, cada frase, cada ideia…e prolongá-lo no tempo.

Ter a sorte de ler um bom livro é uma sensação tão boa, é como ficar de coração vazio (quando o terminamos) e alma cheia!

Sem comentários:

Enviar um comentário