terça-feira, 20 de março de 2012

Alice, querida Alice!

A escritora Alice Vieira faz hoje 69 anos de uma vida cheia. Poderia ser uma escritora como qualquer outra, mas para mim não é. Para mim é especial (já estão muitos a pensar: lá está ela com a Alice outra vez!). Embora eu nem a conheça pessoalmente, esta mulher teve (e tem) uma grande influência na pessoa que sou hoje.

Foi nas férias do Verão, entre a 2ª e a 3ª classe, que insisti com a minha mãe que queria ler um livro a sério, daqueles como a via ler, sem bonecos e só com letras. Para não me ouvir mais, fez-me a vontade e ofereceu-me um livro: “Rosa, minha irmã Rosa”. Lembro-me que demorei muito tempo a lê-lo, mas a cada palavra, a cada frase, queria ler mais e mais, e não queria que a história acabasse nunca. Queria saber o que faria a Mariana, e a sua amiga Rita, e o que aconteceria quando a Rosa nascesse… E foi durante esta aventura, que percebi o poder de um livro, a força e o magnetismo que tem sobre nós, o poder de nos levar para outras vidas, para outras histórias, a capacidade de nos ensinar, de nos distrair, de nos elevar a um patamar mais acima daquele que estávamos antes de o ler. E fiquei maravilhada, mas também triste quando acabou! A minha mãe salvou-me e ofereceu-me a continuação da história “Lote 12, 2ª frente”. Durante as semanas seguintes, deixei de aterrorizar a vida dos que me rodeavam, e mergulhei mais uma vez nas palavras da Alice. E desde então nunca mais parei. São uns a seguir aos outros, livros e mais livros. Da Alice, li-os quase todos! E fizeram-me sempre tão bem! Hoje, já não são esses os livros que leio, mas de vez em quando ainda os vou espreitar para relembrar as histórias que tanto me influenciaram e me fizeram sonhar. Livros de crianças, escritos para crianças!

Muitas vezes, quando queremos oferecer algo a alguém, escolhemos ao acaso e não pensamos que, se escolhermos com a razão e com o coração, podemos mudar uma vida e ajudar na escolha de um caminho, muitas vezes o caminho certo!

Ainda hoje compro uma revista mensal, com conteúdos que não valem o dinheiro, só para poder ler a crónica da Alice Vieira. E embora as histórias sejam sobre pessoas e assuntos banais, a mim confortam-me e enchem-me o coração de alegria muito pela forma como estão escritas!

Obrigada Alice, e parabéns!


Sem comentários:

Enviar um comentário